Católico praticante, Thomaz mudou radicalmente de vida após o acidente que o deixou paraplégico. Acidente, aliás, não é a palavra com a qual ele gosta de se referir ao tombo sofrido no dia 25 de agosto de 1991, durante treinamento para uma competição de hipismo, na Sociedade Hípica do Rio de Janeiro. “Acidente dá a impressão de algo trágico, triste. E posso dizer que me tornei uma pessoa feliz porque fiquei paralítico”, afirma. “Descobri que a verdadeira felicidade está na paz de espírito.”
A determinação de Thomaz em fazer coisas como subir e descer a escada do prédio chegou a assustar a mulher, Clara. “Ele sempre foi uma pessoa de desafios.
Achei que ia ficar mais tranqüilo, mas teve impulso para, através da dificuldade, fazer mais coisas”, diz ela. “Meu marido virou um testemunho vivo para muita gente. Provou, com a ajuda de Deus, como enfrentar os problemas.” Pai de Thomaz e Chiara Magalhães, ex-namorada do apresentador Luciano Huck, o empresário se superou com o apoio da família. Os filhos eram pequenos na época. “Ele mostrou para os filhos que todos somos frágeis, mas o mais importante é superar a queda, pensar em reagir”, conta Clara. “E eles viram como é gostoso saber que, depois da luta, conseguimos a vitória.”
A luta foi dura. Para ter essa postura de vida, o empresário sofreu muito. Amante de esportes como o hipismo e o vôlei, louco por motos e ganancioso a ponto de querer sempre mais dinheiro, como ele próprio admite, Thomaz chegou a pensar em suicídio. “Planejei minha morte, pensava em abordar um guarda, pegar a arma dele e me matar”, conta ele, que não botou o plano em prática por causa da família. “Eles já estavam sofrendo por eu ter ficado paralítico. Seria muito pior se virasse um suicida.”
Da fase de desespero, que durou menos de um ano, o empresário passou a ser um homem determinado a se virar sozinho. Escondido da família, desceu quatro andares da escada de serviço do prédio onde morava, no Rio, e subiu outros dois, sentado no chão e puxando a cadeira. “Queria ver se podia fazer algo em caso de incêndio”, justifica. Ousadia maior ele experimentou na estrada Rio-Petrópolis, à noite. Seu carro adaptado teve o pneu furado e ele mesmo trocou, sentado na cadeira de rodas. “Demorei 40 minutos, mas consegui”, lembra.
A mudança total aconteceu em 1997. Escolhido como um dos representantes da família brasileira para o testemunho de fé ao papa João Paulo II, no Maracanã, achou que era o sinal para largar a vida de empreiteiro. Vendeu sua parte na Montreal e passou a dar testemunhos em todo o Brasil e em países como México, El Salvador e Chile. Junto com a mulher, abriu uma loja de artigos religiosos, a Agnus Dei. “Queríamos que as pessoas fossem na loja para se sentir bem, mas acabou virando um negócio. Deixei de ser empresário dos homens e passei a ser um empresário de Deus.”
Fontes: Globo Vídeo (02/10/09)
Revista Isto É Gente Online
http://www.deficienteciente.com.br/2010/07/depoimento-do-paraplegico-thomaz.html
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